"O jogo tinha terminado há mais de uma hora. Já não era necessário estar extremamente alerta ou se afirmar perante os jogadores, os treinadores e os torcedores. Você sente-se extenuado física e emocionalmente. Por isso, recosta-se na cadeira com uma bebida fresca, põe os pés em cima da mesa e tenta relaxar. Mas, por alguma razão, não consegue”.
(Weinberg & Richardson, 1991)
A sua mente está a repetir as decisões que tomou ao longo do jogo. Você interroga-se sobre o que os membros da equipe de arbitragem pensam sobre o seu desempenho. Você preocupa-se com o ter eventualmente julgado mal alguns lances e ainda continua a ouvir as críticas dos espectadores. Então, você diz a si próprio para "deixar o jogo no campo"; "trabalhei bem com os outros árbitros"; e "no geral, fiz um bom trabalho". Contudo, as dúvidas incomodativas permanecem apesar dos seus esforços para colocá-las de lado.
Estes pensamentos conflituosos após o jogo não são incomuns. Todos os tipos de árbitros, amadores ou profissionais, têm de lidar com eles. Eles ocorrem quando se pertence a uma grande equipe de arbitragem como no voleibol, futebol americano ou tênis ou quando se trabalha em pequenas equipes de arbitragem como no basquetebol, hóquei sobre o gelo ou futebol. Se você arbitrou um esporte recentemente, estes pensamentos perturbadores são provavelmente bastante familiares.
(Weinberg & Richardson, 1991)
O PAPEL DO ÁRBITRO
Porque é que os árbitros experimentam esta perturbação interior? Em grande medida é conseqüência da especificidade do seu papel. Depois dos atletas e treinadores, os árbitros formam a terceira dimensão das atividades esportivas; contudo, desempenham uma das tarefas mais difíceis do esporte. Uma boa arbitragem facilita o acontecimento, assegurando que o resultado depende apenas das capacidades, desempenho e táticas dos jogadores. Uma má arbitragem afasta-nos da competição, diminuindo o prazer do jogo para jogadores, treinadores e torcedores. O trabalho dos árbitros está aberto ao escrutínio do público, sendo freqüentemente público e discutido, devido aos seus erros. Em contraste, quando um jogo decorre bem, poucas pessoas reparam nos árbitros.
Então, em que bases devem os árbitros julgar-se a si próprios ou serem julgados? A sua principal missão é assegurar que o jogo se desenrole de acordo com as regras, interferindo o menos possível.
Mais especificamente, para Weinberg & Richardson, os árbitros devem empenhar-se em satisfazer quatro responsabilidades principais:
Assegurar que o jogo decorra de acordo com as regras estabelecidas.
Interferir o menos possível, evitando tornar-se o foco de atenção.
Estabelecer e manter uma atmosfera que permita para que todos os participantes apreciem o jogo/competição. Mostrar preocupação com os esportistas.
Então, em que bases devem os árbitros julgar-se a si próprios ou serem julgados? A sua principal missão é assegurar que o jogo se desenrole de acordo com as regras, interferindo o menos possível.
Mais especificamente, para Weinberg & Richardson, os árbitros devem empenhar-se em satisfazer quatro responsabilidades principais:
Assegurar que o jogo decorra de acordo com as regras estabelecidas.
Interferir o menos possível, evitando tornar-se o foco de atenção.
Estabelecer e manter uma atmosfera que permita para que todos os participantes apreciem o jogo/competição. Mostrar preocupação com os esportistas.
EXIGÊNCIAS MENTAIS E FÍSICAS DA ARBITRAGEM
Existe uma forte relação entre as capacidades psicológicas e o desempenho físico dos árbitros. Deste modo, o sucesso ou insucesso de um árbitro depende das suas capacidades físicas (e.g., preparação para as exigências de um esporte em particular, técnicas e mecânica, capacidades visuais) e mentais (e.g., confiança, concentração, controle emocional).
Esta relação entre os aspectos físicos e psicológicos da arbitragem é particularmente interessante. Os árbitros falam com freqüência da importância das capacidades mentais, em vez das físicas, na realização de tarefas difíceis – tomar uma decisão polêmica, não perder o controle do jogo, permanecer calmo, não se deixar incomodar. De fato, os árbitros veteranos reclamam que o domínio das capacidades psicológicas contribui para 50-70% do sucesso de um árbitro. De forma similar, supervisores de árbitros em vários esportes profissionais, que avaliam e designam o trabalho de árbitros, enfatizam a consistência, a equidade, a resistência mental, a rapidez e precisão na tomada de decisão e a calma como as características mais valiosas de um bom árbitro. Sem dúvida que em esportes como o tênis e o voleibol destacam as características mentais de um árbitro. No entanto, outros esportes, como o futebol e o basquetebol, exigem que os árbitros sejam capazes tanto mentalmente como fisicamente.
Deste modo, parece estranho que os campos e escolas de treinamento enfatizem técnicas físicas, interpretação de regras, equipamento e testes escritos e práticos. Se os árbitros e supervisores concordam que os aspectos mentais da arbitragem são críticos para o sucesso desta, porque é que tão pouca ênfase e tempo são dedicados ao desenvolvimento e treinamento das competências psicológicas? Uma das principais razões é a concepção errônea de que as competências psicológicas são inatas: ou se têm, ou não se têm. De fato, tal como as capacidades físicas podem ser apuradas, o mesmo também se pode fazer com as psicológicas. Os árbitros eficazes não nascem com um conjunto completo de competências psicológicas. O que se passa é que as suas capacidades de concentração, relaxamento sobre pressão, confiança e relacionamento com os colegas de equipe são sistematicamente e repetidamente praticadas. Dado que estas qualidades são de fato competências, elas dissipar-se-ão tal como as capacidades físicas se não forem trabalhadas segundo Weinberg & Richardson, 1991.
Deste modo, parece necessário uma combinação adequada tanto de competências mentais como de capacidades físicas para se ser um árbitro superior.
QUALIDADES DE UM BOM ÁRBITRO
Embora a arbitragem implique conhecimento técnico, ser um árbitro eficaz é definitivamente uma arte. E a arte evidenciada por um árbitro no palco da competição depende, em grande medida, das suas qualidades pessoais.
Podemos supor que estes importantes atributos da arbitragem já foram identificados e amplamente utilizados como critério na avaliação dos árbitros. Mas, se 100 peritos em arbitragem apresentarem as suas listas hierarquizadas das qualidades essenciais de um árbitro, podemos esperar encontrar 100 listas distintas. Deste modo, não vamos tentar ordenar por importância as qualidades do árbitro competente nem tentar apresentar uma lista exaustiva das qualidades essenciais.
Em vez disso, com base nos resultados das últimas investigações, sintetizamos as características que os árbitros TOP de linha apresentam em comum:
Consistência, Comunicação, Capacidade de decisão, Equilíbrio, Integridade, Capacidade de julgamento, Confiança e Prazer/Motivação.
Após descrevermos estas qualidades, discutiremos brevemente a forma como elas se relacionam com competências psicológicas específicas e as técnicas utilizadas para desenvolver essas competências.
Aguarde a próxima atualização...Fonte: Apostila enviada por Geraldo Fontana (Coordenador de arbitragem da CBB).
Esta relação entre os aspectos físicos e psicológicos da arbitragem é particularmente interessante. Os árbitros falam com freqüência da importância das capacidades mentais, em vez das físicas, na realização de tarefas difíceis – tomar uma decisão polêmica, não perder o controle do jogo, permanecer calmo, não se deixar incomodar. De fato, os árbitros veteranos reclamam que o domínio das capacidades psicológicas contribui para 50-70% do sucesso de um árbitro. De forma similar, supervisores de árbitros em vários esportes profissionais, que avaliam e designam o trabalho de árbitros, enfatizam a consistência, a equidade, a resistência mental, a rapidez e precisão na tomada de decisão e a calma como as características mais valiosas de um bom árbitro. Sem dúvida que em esportes como o tênis e o voleibol destacam as características mentais de um árbitro. No entanto, outros esportes, como o futebol e o basquetebol, exigem que os árbitros sejam capazes tanto mentalmente como fisicamente.
Deste modo, parece estranho que os campos e escolas de treinamento enfatizem técnicas físicas, interpretação de regras, equipamento e testes escritos e práticos. Se os árbitros e supervisores concordam que os aspectos mentais da arbitragem são críticos para o sucesso desta, porque é que tão pouca ênfase e tempo são dedicados ao desenvolvimento e treinamento das competências psicológicas? Uma das principais razões é a concepção errônea de que as competências psicológicas são inatas: ou se têm, ou não se têm. De fato, tal como as capacidades físicas podem ser apuradas, o mesmo também se pode fazer com as psicológicas. Os árbitros eficazes não nascem com um conjunto completo de competências psicológicas. O que se passa é que as suas capacidades de concentração, relaxamento sobre pressão, confiança e relacionamento com os colegas de equipe são sistematicamente e repetidamente praticadas. Dado que estas qualidades são de fato competências, elas dissipar-se-ão tal como as capacidades físicas se não forem trabalhadas segundo Weinberg & Richardson, 1991.
Deste modo, parece necessário uma combinação adequada tanto de competências mentais como de capacidades físicas para se ser um árbitro superior.
QUALIDADES DE UM BOM ÁRBITRO
Embora a arbitragem implique conhecimento técnico, ser um árbitro eficaz é definitivamente uma arte. E a arte evidenciada por um árbitro no palco da competição depende, em grande medida, das suas qualidades pessoais.
Podemos supor que estes importantes atributos da arbitragem já foram identificados e amplamente utilizados como critério na avaliação dos árbitros. Mas, se 100 peritos em arbitragem apresentarem as suas listas hierarquizadas das qualidades essenciais de um árbitro, podemos esperar encontrar 100 listas distintas. Deste modo, não vamos tentar ordenar por importância as qualidades do árbitro competente nem tentar apresentar uma lista exaustiva das qualidades essenciais.
Em vez disso, com base nos resultados das últimas investigações, sintetizamos as características que os árbitros TOP de linha apresentam em comum:
Consistência, Comunicação, Capacidade de decisão, Equilíbrio, Integridade, Capacidade de julgamento, Confiança e Prazer/Motivação.
Após descrevermos estas qualidades, discutiremos brevemente a forma como elas se relacionam com competências psicológicas específicas e as técnicas utilizadas para desenvolver essas competências.
Aguarde a próxima atualização...Fonte: Apostila enviada por Geraldo Fontana (Coordenador de arbitragem da CBB).
"OS ÁRBITROS PODE SORRIR, TAMBÉM, PORQUE, AMAMOS ESTE JOGO FASCINANTE CHAMADO BASKETBALL."
José Leandro de Andrade Vinadé
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